Sabe aquela sensação de que tudo está passando rápido demais? Aquele sentimento de que estamos perdendo o controle de nossas vidas, por causa de tantas mudanças?
Bom! Essa sensação talvez não passe de ilusão.
Ninguém pode negar que, hoje em dia, as mudanças sobrepõem-se alucinadamente; a velocidade com que a vida se altera é frenética; o que é hoje, sem que sequer percebamos, amanhã deixa de ser.
Em um mundo volátil, não existem mais certezas, pois tudo se altera de maneira drástica, repentina.
Mas o que muda, de fato?
Se observarmos bem, vamos perceber que o que se altera são aquelas coisas menos importantes, as que são transitórias por natureza, aquelas que possuem valor relativo, porque temporário.
O que se altera é aquilo que pode parecer sério agora, mas será completamente esquecido depois, sem que isso cause grandes alterações no essencial de nossas existências.
Por outro lado, há realidades que permanecem – os motivos do espírito, os sentimentos mais profundos, as noções mais bem estabelecidas de moral e estética, por exemplo – e sobre as quais podemos nos apoiar sem medo.
No entanto, só quando nos afastamos um pouco da correria cotidiana e prestamos atenção nessas realidades mais perenes é que então percebemos que talvez aquela sensação de fugacidade não passe de uma ilusão. Constatamos que, no essencial, existe algo no qual podemos nos firmar.
Agora, se a sensação de que tudo passa muito rápido insiste em nos acompanhar, talvez isso seja sinal não de que a vida não é mais é estável, mas de que fomos nós que escolhemos sua porção instável.
Não é a vida que muda, meus amigos! Nós é que geralmente escolhemos nos afastar do que realmente importa.
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