Seis razões contra a quarentena

Desde o primeiro dia que comecei a falar dessa maldita doença (algo que até eu já estou de saco cheio), fui bem claro que era absolutamente contra a paralisação social. Na minha cabeça, ela nunca foi uma opção. Independentemente dos efeitos disso, entendi, desde o princípio, que não deveríamos nem cogitar essa parada.

Mas também deixei claro que essa convicção não tinha nada a ver com eventual eficiência ou não da quarentena ou com eventuais prejuízos econômicos que a sociedade teria de arcar. Simplesmente, acho errado uma sociedade parar completamente, seja pelo que for.

No entanto, tenho alguns motivos para acrescentar, além daquele fundamental, que para mim já seria suficiente.

Eu entendo que a paralisação da sociedade está errada porque:

  • é utópica: em um país com as dimensões do Brasil e com as características demográficas, climáticas e populacionais dele, jamais será possível fazer um isolamento social minimamente efetivo. As periferias e mesmo as grandes cidades continuarão com muitas pessoas na rua, o que torna o isolamento muito menos efetivo do que se pretende (se é que ele possui alguma efetividade, realmente);
  • é hipócrita: porque as pessoas que defendem o isolamento, ao mesmo tempo exigem que muitos serviços estejam ao seu dispor. Ou seja, defendem um isolamento em que muitas pessoas precisam estar nas ruas para que sua quarentena seja suportável.
  • é impraticável: porque as pessoas não são auto-suficientes. Todos nós precisamos do tecido social funcionando para que possamos sobreviver. Se a sociedade para, nós paramos juntos. É simples. não há muito o que pensar neste ponto.
  • é duvidosa: apesar de alardearem o contrário, não há consenso científico quanto à efetividade de qualquer tipo de quarentena. Da mesma forma, não há nenhum dado que corrobore que ela funciona. Estamos ainda na fase das previsões e expectativas, ainda que vendidas como certezas absolutas.
  • é desumana: porque em troca de mortes oferece-se outras mortes, o que torna tudo sem sentido. Se há um problema sério, a solução não pode ser um problema ainda mais sério. Isso trata-se de um absurdo lógico.
  • é imoral: porque denota a covardia de uma sociedade que para se salvar não luta, mas se esconde. A covardia de uma sociedade que fica esperando a ordem dos experts para tomar suas decisões, para seguir suas vidas.

Não tenho a mínima ideia o que fazer para conter o vírus, mas sei que todas as propostas apresentadas são vergonhosas.


Comentários

Uma resposta para “Seis razões contra a quarentena”

  1. Avatar de Leonardo Melanino
    Leonardo Melanino

    Pessoas comprovadamente contaminadas por doenças potencialmente contagiosas, além das anthropocoronaviroses, como gripes aviárias, hespanholas e suínas, sarampos, tuberculoses, varicellas e outras precisam ficar internadas em leitos hospitalares separados por alguns dias, pois ellas podem epidemiar muitas pessoas ou pandemiá-las, gerando immensos chaos sociais.

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