Apostaram que Jair Bolsonaro seria a ponta de lança numa revolução contra o establishment.
Arremessaram-no, então, sem meios de sobrevivência, junto às cobras e feras do sistema de poder brasileiro.
No começo, ele até tentou bater de frente com esse sistema, mas parece que logo percebeu que os mártires nem sempre são lembrados como heróis, mas, geralmente, apenas como radicais que foram longe demais.
Para sobreviver, parece então que Bolsonaro buscou um apaziguamento.
Diante disso, alguns de seus apoiadores sentiram-se traídos e abandonados pelo presidente.
No entanto, há algo que parece que todos esqueceram.
Independentemente das ações de pacificação do Bolsonaro estarem corretas ou não, uma coisa é certa: não se destrói um jogo por meio das regras desse mesmo jogo.
As eleições, leis, funções e burocracias que existem fazem parte daquilo que mantém o modelo de poder atual de pé.
As regras são a estrutura de sustentação desse sistema. Cumpri-las, portanto, serve somente para reforçá-lo.
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