Sempre gostei de gente rica. Na verdade, alguns ricos são bem chatos, principalmente quando acreditam que a riqueza lhes faz superiores. No entanto, em geral, sempre apreciei a riqueza, mesmo eu jamais tendo-a conquistado. Para mim, os ricos sempre me serviram como referência de que alguma coisa deu certo. No mínimo, significa que souberam ser eficientes no quesito ganhar dinheiro.
Se você estranhou o que escrevi acima ou achou inconveniente minha manifestação, talvez esteja sofrendo daquele ressentimento muito comum nos corações revoltados. Se ao saber quanto ganha um Neymar ou Gisele Bündchen o que lhe toma é um senso de justiça e protesto, achando que aquilo é muito dinheiro para uma pessoa apenas, é provável que você esteja contaminado de uma inveja improdutiva, tão comum nos militantes progressistas.
Essa raiva ante à riqueza alheia vem sempre acompanhada de uma promoção retórica da igualdade. Esta é a desculpa preferida daqueles que não suportam ver pessoas abastadas, gastando seu dinheiro como bem entendem, que já logo lhes desperta o jacobino interior e passam a bradar contra a injustiça da situação.
O que, porém, esses cultores do igualitarismo não entendem é que a riqueza não é um bem estático como supõem. Quando levantam a voz para falar mal dos milionários, parece até que estes vivem encastelados em suas mansões, nadando em seus cofres cheios de moedas de ouro, no melhor estilo tio Patinhas.
Todavia, a realidade é muito diferente disso. O que os justiceiros esquecem é que a riqueza, com todos seus bens e estilo de vida dispendioso, demanda por serviços e produtos diversos para se manter. Isso quer dizer que uma pessoa rica consome mais e, com isso, faz girar com mais força a roda da economia.
Além disso, uma pessoa com muitos bens e com um estilo de vida dispendioso não tem condições de gerenciar tudo sozinha. São necessários, portanto, diversos prestadores de serviços oferecendo-lhes seus préstimos, tudo para que o patrimônio e a rotina do rico possam ser preservados.
Gente como Neymar e Bündchen precisa de centenas de pessoas ao redor, trabalhando. Isso significa que esses ricos, tão criticados pelos revolucionários, oferecem trabalho digno para muito mais pessoas do que os igualitários revoltosos podem sonhar.
Fora isso, seu consumo intenso acaba ajudando a gerar e manter indiretamente muitos postos de emprego, oferecendo o que há de mais digno para o ser humano: o trabalho.
Quando os igualitaristas denunciam a super-riqueza, usando uma expressão da preferência de Noam Chomsky, dão a impressão que os bilionários apenas usurpam o dinheiro dos outros e se esbaldam em sua própria fortuna.
Esquecem, porém, que são esses ricaços que propiciam os empregos que oferecem a dignidade do trabalho para muita gente. É sua abundância que, forçosamente distribuída pela necessidade, faz com que o dinheiro se multiplique.
Quem quiser diminuir a pobreza, não adianta ficar clamando por igualdade. O igualitarismo forçado apenas consegue tonar todos miseráveis. Quer melhorar o padrão de vida das pessoas, em geral? Estimule a riqueza! Sim, pois quanto mais ricos existirem, mais empregos serão gerados, mais serviços serão solicitados, mais produtos serão consumidos e o resultado disso será menos gente vivendo na miséria.
A desigualdade sempre irá existir e não há nenhuma dúvida que ela é absolutamente necessária. Por isso, não tenho receio de dizer que essa inveja em relação aos ricos, além de ser uma atitude mesquinha, é extremamente burra.
Não sou rico, mas fico muito feliz toda vez que vejo um. Aprendi a olhar para ele e enxergar mais do que seus bens, mas o universo de pessoas que estão sendo beneficiados por sua abundância.