Jornalista que corre para corroborar a versão governamental deixa de cumprir o principal de sua atividade para tornar-se mera putinha do poder.
Não deve-se esquecer que o princípio da democracia é a desconfiança quase absoluta em relação ao governo. Porém, no Brasil, desconfiar do governo torna o cidadão suspeito.
Eu aprendi que o verdadeiro jornalismo é a busca da verdade, instrumentalizada pelas informações que geralmente escondem-se por detrás dos dados mais visíveis. O bom jornalista sempre foi caracterizado por descortinar a aparência, tornando possível o vislumbre do que realmente são os fatos.
No entanto, o jornalismo brasileiro tornou-se escravo de um espectro político, escravo de partidos, escravo de uma ideologia. Jornalistas tornaram-se putas da esquerda.
A pressa com que, nestas eleições, os jornalistas e os veículos da grande imprensa correram para corroborar a versão do governo de que tudo estava correndo na mais perfeita ordem – apesar das milhares de denúncias feitas pelos cidadãos – mostram que o jornalismo brasileiro deixou de ser jornalismo há muito tempo.
O que a grande imprensa fez é o anti-jornalismo. Ao não considerar a possibilidade de estar ocorrendo algum problema com os votos, ignorando as reclamações de antemão, ela mostrou a todo o país que seu papel é estar a serviço do establishment. Podem se apresentar como jornalistas, mas são meros panfleteiros do poder estabelecido.
Por isso, a luta do povo não é apenas contra o governo. Mas contra toda a máquina do status quo que envolve também a quase totalidade da grande mídia brasileira.
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