Está mais do que na hora de a direita brasileira nascente assumir sua própria linguagem, sua própria maneira de enxergar as coisas, seu próprio caminho
Não há dúvida que a esquerda dominou, nos últimos 50 anos, o cenário cultural brasileiro. Toda a linguagem praticada nos meios artísticos, jornalísticos e intelectuais reflete uma forma de ver as coisas conforme a visão imposta pelos meios esquerdistas. Termos, expressões e categorias de pensamento são invariavelmente compreendidos segundo uma forma específica de imaginar, que é aquela que os movimentos socialistas colocaram em circulação conforme sua dominação dos meios para isso.
Diante dessa situação, hoje, quando pessoas que não comungam da forma de pensar esquerdista tentam expor seus pensamentos, se deparam com uma dificuldade terrível. Ao falar conforme sua própria forma de enxergar o mundo e sua própria linguagem, não são bem compreendidos pela maioria das pessoas. Seu discurso soa destoante da realidade, pois não tem relação com nada do que a maioria das pessoas está acostumada a ouvir.
Diante disso, muitos conservadores, liberais e direitistas em geral acabam sendo impulsionados a tentar se envolver nessa guerra cultural usando a linguagem vigente. Acreditam, com isso, que terão mais chances de ser compreendidos por aqueles que ainda não compartilham de uma visão das coisas semelhante.
O resultado, porém, invariavelmente, é o fracasso. Isso porque não é possível tentar entrar em um embate usando as armas forjadas pelo inimigo. A linguagem esquerdista foi criada para justificar a visão esquerdista do mundo. Quando ela fala em luta de classes, burguesia, neoliberalismo, fobias em geral, proletariado, apenas usa estas expressões para corroborar sua política e seu projeto. Quem tenta usar as mesmas expressões para provar o contrário encontrará sempre o malogro.
Portanto, está mais do que na hora de a direita brasileira nascente assumir sua própria linguagem, sua própria maneira de enxergar as coisas, seu próprio caminho. Está mais do que na hora de atuar nessa guerra cultural com suas próprias armas. Desistir de tentar buscar a legitimação dos meios esquerdistas como sendo uma reconhecida participante da batalha e começar a impor sua própria cultura.
Não se deve esquecer que boa parte dos integrantes dessa Nova Direita, até há pouco tempo, estava imersa no ambiente cultural forjado pela esquerda e foi atraída para o outro lado, exatamente, por ver neste uma linguagem diferente, própria, que desnudava o status quo cultural, jornalístico e político.
Da mesma maneira, novos adeptos se unirão às fileiras anti-esquerdistas, não pelo convencimento lógico segundo as categorias de pensamento vigentes, mas por uma nova retórica, que, de fato, não é nova, mas vai na contramão daquela que domina este país há décadas.
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