Pesquisas inconfiáveis

Se tem algo que me mostra que uma palestra é mal embasada, que não passa de um trabalho de nível colegial, é a apresentação de uma pesquisa qualquer, um dado estatístico, como fundamento importante da tese.

Isso porque muito raramente quem apresenta esse tipo de ilustração preocupa-se em saber como os dados foram colhidos. Obtém apenas o resultado, sem conhecer o método por detrás deles.

O problema é que a forma como esses dados são escolhidos é crucial para a interpretação de qualquer tipo de pesquisa. Tipos de pessoas, lugares, faixa etária, circunstâncias, época, disposição das palavras, até mesmo a maneira como o pesquisador pergunta, tudo isso influencia as respostas e a forma de interpretá-las.

Há tantas variáveis possíveis, tantas possibilidades que possuem a capacidade de alterar os resultados, que não é exagero dizer que uma pesquisa (mesmo as feitas respeitando as estritas regras dessa técnica) pode facilmente representar exatamente aquilo que o pesquisador quer que representem.

Por isso, apresentou uma palestra e usou uma estatística qualquer para corroborá-la, já tenho quase certeza que se trata de um engodo.


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