Uma coisa é saber algo, outra é transmiti-lo. Isso porque o que se sabe, ou seja, o conteúdo dos nossos pensamentos, sobrevive sem ordem.
O fato e que é podemos saber muitas coisas sem que este conhecimento esteja devidamente ordenado em nossa mente. Por outro lado, basta tentarmos transmitir o que sabemos para então nos darmos conta de que boa parte das certezas que carregamos parecem bem vacilantes quando tentamos explicá-las.
É que a comunicação, diferente do pensamento, não aceita o caos. O pensamento subsiste tranquilamente na confusão porque ele se contenta mais com o significado das coisas do que com seus nomes. Ele sintetiza os conteúdos de maneira que as palavras importem menos do que os que elas querem dizer.
A comunicação, porém, é mais exigente. Ela obriga que as ideias e palavras emitidas sigam com ordem, uma devidamente após a outra, de maneira que a mais sutil alteração dessa ordem tenha o poder de afetar todo o conjunto.
Não é por acaso que existem diversos profundos conhecedores em suas respectivas áreas que, apesar de tudo, têm uma dificuldade terrível de compartilhar aquilo que sabem.
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