A Teologia é muito útil para o entendimento das coisas mundanas. Engana-se quem acha que ela só serve para saber do inefável e do transcendente. Pelo contrário, o principal assunto da Teologia não é Deus, mas o homem.
Não se pode esquecer que só existe Teologia, Revelação e até mesmo Religião porque existe o homem. Tudo foi dado para ele, a fim de que conhecesse melhor a si mesmo e sua relação com o Criador. Tire o homem da história e tudo aquilo perde o sentido de existir.
E é pela Teologia que se conhece melhor a natureza humana. Quando apenas a observamos, podemos nos enganar com seus arroubos de bondade, demonstrações de potência ou sinais de inteligência. Estes atributos vistos assim, parcialmente e sem perspectiva eterna, parecem mesmo grande coisa.
Porém, quando vemos aquilo que a Revelação ensinou, aprendemos da fragilidade humana, de sua corrupção, de sua tendência para o inferior. Daí, começamos a olhar a ser humano com outros olhos e, já não mais tão maravilhados, percebemos que sua bondade é restrita, sua força limitada e sua razão bastante confusa.
Sabendo disso, então, analisamos as coisas de uma perspectiva diferente e percebemos que não há lugar para utopias, sonhos revolucionários ou paraíso terreno. Constatamos que há uma luta universal contra as próprias mazelas e a própria tendência para o mal.
Com isso, nos tornamos mais prudentes em nossos planos mundanos. Não deixamos de fazê-los, certamente, mas, agora, de maneira mais contida, sem promessas mirabolantes, nem dando vazão aos desejos incontinentes. Apenas trabalhamos para manter o que, com muito esforço, conquistamos, consertando aquilo que o tempo, a má sorte e os nossos erros destruíram e evoluindo de forma natural e espontânea.
Mas isso, insisto, só é possível para quem entende as coisas à luz da Revelação, não para quem as analisa com meros olhos carnais.
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