O marxismo, desde suas origens, possui três áreas fundamentais: sua economia, sua sociologia e sua filosofia. A mais estudada por seus adversários foi a primeira. E ela está completamente desmoralizada. Ninguém acredita – nem mesmo os marxistas atuais – nas concepções econômicas de Marx. Repetir os conceitos econômicos do socialismo original é colocar-se completamente à parte da realidade.
A segunda área, a sociologia, foi quase tão estudada como a economia e, de alguma maneira, também caiu em descrédito. Apesar de haver ainda alguma retórica tentando mantê-la de pé, a realidade a tem desmoralizado. A sociedade evoluiu no sentido oposto das previsões marxistas e a base de sua concepção, o proletariado, transformou-se de pedra de toque da revolução em salvaguarda capitalista. Defender a sociologia marxista funciona apenas como símbolo; não tem mais nenhuma relação com a vida das pessoas.
É a filosofia, a parte do marxismo mais negligenciada por seus inimigos, que, não coincidentemente, permanece quase intacta, sendo a responsável por mantê-lo vivo. Se a economia e a sociologia são um motivo de escárnio contra os socialistas, é na filosofia que eles encontram seu porto seguro e sua base de atuação. Sendo a única parte do marxismo onde encontram-se alguns preceitos minimamente coerentes, foi também aquela que menos sofreu contestações. Sendo assim, se ainda existe um marxismo e se ele continua sendo influente, isso é por conta de sua filosofia, que mantém-se firme.
Portanto, quem tem como meta opor-se ao marxismo precisa ir para além de onde liberais, economistas, historiadores e sociólogos foram e abordar a filosofia marxista. Sendo o último bastião do socialismo, é ela que resta ser destruída. No entanto, essa missão não é nada fácil.
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