O respeito à limitação da vontade

As coisas apenas mudaram quando aprendi que a força de vontade é algo limitado

*****

Passei a minha vida lutando contra aquilo que eu considerava ser uma preguiça indômita impregnada nela. Fiz preces, clamei, pedi, lutei, tudo para superar o que eu considerava ser uma falha em meu caráter. Pensei, durante muito tempo, que meu maior problema era uma falta de disciplina que, se dominada, colocaria minha existência nos eixos.

O problema é que, apesar de todos os esforços e tentativas de transformar isso que eu considerava um amontoado de maus hábitos, e de ter consciência da necessidade de mudança de meu ritmo de vida, quando obtinha alguma conquista, logo ela era perdida para os velhos vícios da procrastinação e da letargia.

As coisas apenas mudaram quando aprendi que a força de vontade é algo limitado. Que não seria possível, ainda que eu quisesse, manter os mesmos níveis de atenção e esforço durante todo o dia. Que, quando eu me esforçasse muito em um projeto, dificilmente, na mesma jornada, conseguiria desenvolver outro com a mesma determinação.

Isso me fez entender que eu precisava ser racional ao montar a minha agenda. Que eu deveria entender que era necessário dividir as tarefas respeitando uma certa limitação, que não era minha, mas humana.

A partir disso, não apenas a produtividade aumentou muito, mas dois outros ganhos surgiram, como conseqüência: o sentimento de liberdade, oriunda de não se sentir escravizado por planejamentos inalcançáveis e a sensação de satisfação, resultado de, agora, conseguir cumprir a maior parte dos projetos que me proponho a realizar.

Publicado originalmente no blog Vida Independente

 

Newsletter

Digite seu endereço de e-mail para receber notificações sempre que um novo conteúdo for publicado neste site

Junte-se a 222 outros assinantes