O espírito revolucionário da Missão Integral

Imagine alguém elogiar a coragem de um homicida. Imagine ele dizer que nós é que deveríamos ter o espírito daquele assassino. Estranho, não? Pois bem, é exatamente isso que o ideólogo máximo da Teologia da Missão Integral, René Padilla, faz em relação aos cristãos e ao comunismo.

Em seu livro, O que é Missão Integral, o pensador equatoriano deixa claro qual é o espírito desse movimento que vem fazendo a cabeça de uma parte dos protestantes latino-americanos.

Ao transcrever as ideias do jornalista Baez-Camargo, a quem ele não economiza louvores, afirmando, ainda, que suas palavras estão perfeitamente atualizadas, declara que o comunismo é um juízo de Deus sobre as igrejas e os cristãos, dizendo também que ele jamais teria surgido ou adquirido o poder que chegou a ter, se os cristãos tivessem sido fiéis à sua vocação revolucionária.

Entenderam, agora, a analogia que fiz com o homicida? Padilla, aqui, parece querer dizer que o comunismo é um mal, no entanto, reclama que o espírito que o envolve é, na verdade, o espírito que deveria ter o cristão.

Ora, se o espírito que deveria estar no cristão está no comunismo, então o que Padilla faz não é uma crítica, mas um óbvio elogio a essa ideologia demoníaca.

Alguém ainda vai querer contestar, dizendo que isso não tem nada a ver, pois seria possível elogiar a coragem do assassino, sem achar que seus atos estavam certos. O problema é que, no caso do comunismo, o espírito revolucionário não é uma mera característica, entre outras, nem uma virtude meramente acessória, mas, sim, sua própria definição. Não existe comunismo sem espírito revolucionário, como não existe assassino sem o desejo de matar. Também não existe espírito revolucionário sem descambar em algum tipo de ideologia como a comunista.

Quando, portanto, o escritor afirma que esse espírito deveria estar no cristão, ele, simplesmente, está declarando o que os integrantes do movimento da Missão Integral esperam de todos os crentes: que sejam como os comunistas!

Apesar da palavra revolução ter sofrido algumas mudanças no imaginário das pessoas, se tornando, para muitos, como algo positivo, como se fosse um elogio a alguém que inova, que tem coragem de fazer mudanças, a acepção correta dessa expressão, e que certamente não foge ao escritor, não parece coadunar muito bem com o que se espera de um cristão.

Ser revolucionário é ter o espírito de destruição do passado, da negação da tradição, da superação do que já foi feito. Ser revolucionário é acreditar que é possível a construção de um novo mundo (utopia) pelo trabalho das mãos humanas. Ser revolucionário é acreditar que tudo deve ser colocado abaixo, porque o que importa é o paraíso que está sendo pavimentado, a partir da ideologia que a pessoa carrega.

O espírito revolucionário é um inimigo do que existe, da sociedade como está posta, da vida como ela se apresenta. Sua essência é a desconstrução! É por isso que Padilla, apenas confirmando tudo isso que eu estou expondo aqui, critica a igreja por ela ter se convertido numa parte integral da ordem estabelecida, uma entidade francamente reacionária.

Quem pode negar, ao ler essas palavras, que o homem que é a grande referência da Missão Integral é alguém de ideologia muito bem definida, e esta é exatamente aquela das esquerdas mais radicais?

Digo isso porque os integrantes desse movimento se esforçam, quando são pressionados, a tentar passar uma imagem de politicamente neutros, como se não houvesse, da parte deles, uma posição muito clara no espectro ideológico.

O escrito de Padilla, que pode ser chamado o grande guru de todos eles, porém, não deixa dúvidas quanto a isso. Quando ele afirma, por exemplo, que a tarefa prioritária que somos chamados a encarar como cristãos é criar consciência entre nós mesmos de nossa vocação revolucionária, confesso que sinto até arrepios. Isso porque, na história, todos que se apresentaram como revolucionários, no mínimo, não tiveram nenhum problema em assassinar milhares de seus inimigos.

Não podemos deixar de ressaltar que o expurgo, o homicídio e até o genocídio estão no cerne do comportamento revolucionário. Isso porque quando alguém tem a construção do futuro como meta de sua vida e esse futuro, segundo sua concepção, é um verdadeiro paraíso, como todo revolucionário pensa, todos seus atos presentes são justificados.

Eu não quero dizer que os integrantes da Missão Integral são assassinos, nem mesmo que corroboram conscientemente os assassinatos praticados por seus espíritos irmãos. No entanto, não é possível deixar de afirmar que as palavras de René Padilla deixam muito claro o que está por trás desse movimento que tenta se afirmar como cristão.

A Missão Integral não tem na a a ver com teologia e, ouso dizer, nem mesmo com política. Ela é, na verdade, apenas mais uma expressão do espírito revolucionário, como ele se apresenta desde meados do século XVIII.

E por mais que seus membros tentem esconder isso, o fato é que eles se encontram entre aqueles que já causaram muita desgraça neste mundo moderno.


Comentários

Uma resposta para “O espírito revolucionário da Missão Integral”

  1. Avatar de emerson dos santos carmo
    emerson dos santos carmo

    gostei muito da sua explicação, e espero que o nosso SR Jesus Cristo lhe abençoe muito mesmo.

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