O conservadorismo do progresso

Há conservadores que acreditam que progresso é sinônimo de revolução e, assim, defendem um tradicionalismo retrógrado, querendo apenas restaurar as velhas fórmulas, ignorando a necessidade de alguma evolução social e da melhoria em qualquer área da vida.

Isso ocorre porque confundem conservadorismo com um tipo de ideologia das velhas formas, cantando louvores ao passado como se lá tudo estivesse resolvido e definido, como se tudo naqueles tempos fosse perfeito e nada precisasse ser melhorado.

Ocorre que, conservadorismo não é sinônimo de imobilismo, nem retrocesso, nem mesmo de mera repetição do que já existiu.

O fato é que o conservador não meramente repete o passado mas, sim, aprende com ele, para, no que for necessário, poder melhorar o presente. Na verdade, ele respeita os antigos e os usa para seu auxílio, mas não é escravo deles. O passado para o conservador é seu auxiliar, não seu senhor.

Ademais, não se pode ignorar que em qualquer ser humano há a necessidade de construir, de criar, de inovar. Se ele apenas ficar preso ao passado, se sua vida for apenas uma enfadonha repetição do que já ocorreu, estará retaliando a si mesmo, vivendo abaixo de suas necessidades e possibilidades.

Além de tudo isso, é preciso ressaltar que se conservadorismo significa consideração pelo passado e trabalho sobre o que já foi construído, então não há nada mais conservador do que o próprio conceito de progresso. É que para que haja progresso é necessário respeitar o que já foi construído, pois não existe progresso do nada, mas apenas daquilo que, de alguma maneira, já se estabeleceu. A tecnologia dos computadores só evoluei porque cada novo engenheiro que cria uma máquina mais avançada faz isso respeitando todo o histórico de evoluções que lhe permitem não ter de começar tudo desde o início. Um smatphone é bom porque antes dele existiram os computadores e os telefones celulares, sobre os quais ele foi idealizado. Os cientistas da tecnologia sabem, como ninguém, o que significa subir nos ombros dos gigantes.

Portanto, quando um conservador nega o progresso, fazendo cara de nojo para qualquer ideia de evolução e melhoria, não está sendo conservador, que é alguém que se apoia sobre os antigos. Na verdade, é apenas um retrógrado, que se esconde à sombra deles.

 


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