Tente falar contra qualquer grupo que se diz oprimido ou marginalizado e você poderá se deparar com um monstro nada pacífico, nada frágil e tampouco compreensível
Alguns analistas acreditam que o mundo já foi mais radical. Houve tempos de nacionalismos exacerbados, religiosidades fanáticas e utopias revolucionárias violentas. Hoje, pensam eles, as pessoas estão mais ponderadas. Será? Acho que não. O que eu vejo é o mesmo radicalismo de sempre, o que mudou, no entanto, foram os motivos. Atualmente, ao mesmo tempo que as pessoas deixaram de defender ardorosamente coisas importantes como a nação e a fé, se tornaram paladinas extremistas de uma infinidade de bandeiras que interessam apenas a minorias. E nisso, podem ser tão ou mais cruéis que os fanáticos de qualquer época.
O pior é que o que antes era uma violência da superioridade, da raça superior, da ideologia superior ou da religião superior, agora se tornou a força daqueles que se declaram mais fracos e oprimidos. Ao mesmo tempo que dizem que estão fragilizados, que são vítimas da sociedade, não vacilam em usar dos meios mais duros para subjugar qualquer um que faça oposição às causas que defendem.
No radicalismo antigo, os opositores sabiam contra quem lutar e não havia qualquer constrangimento em até pegar em armas para se defender. Mas agora, brigar contra essa força de minorias é impossível. Como se dizem frágeis e oprimidos, qualquer reação às suas reivindicações é logo acusada de fascista, terrorista ou outros adjetivos do gênero.
Tente levantar a voz contra o casamento gay, tente dizer que o aborto é um assassinato, tente insinuar que as cotas raciais são injustas, tente afirmar que pesquisas com animais são legítimas ou que há desmatamentos necessários. Tente falar contra qualquer grupo que se diz oprimido ou marginalizado e você poderá se deparar com um monstro nada pacífico, nada frágil e tampouco compreensível.
Quem procura enxergar as coisas como elas são, compreendendo a injustiça dessas pequenas ditaduras empreendidas pelas minorias, se não tiver convicção daquilo que diz ou faz pode, facilmente, encontrar-se paralisado. Se a pessoa tiver medo de ser vista como um louco violento, agressor de desvalidos, certamente não terá força moral para seguir firme nas denúncias dessas situações injustas. E é exatamente aí que reside a força desses grupos. Eles aprenderam a usar perfeitamente sua aparência de fraqueza para impor tudo aquilo que eles querem, sem que haja qualquer impedimento por parte dos discordantes.
A situação da sociedade brasileira atual se assemelha com aquele filme dos irmãos Wayans, chamado O Pequenino, no qual um bandido aproveita seu tamanho minúsculo para se fingir de criança e cometer seus crimes. No filme, o bandidinho engana todo mundo e aqueles que descobrem sua farsa acabam apanhando do falso bebê, que na verdade é forte como gente grande. E quem apanha dele ainda sai da história com fama de covarde, por ter tentado maltratar uma criancinha indefesa.
Deixe uma resposta