Ministros de Deus: a última resistência

O dia quando os ministros cristãos se calarem, deixando de falar sobre as questões que atormentam o fiéis de suas comunidades, será o fim – o último bastião de resistência contra a hegemonia cultural moderna terá sucumbido. Em meio à desorientação que toma conta de todos, com a maciça propaganda relativista e anti-religiosa sendo lançada incessantemente sobre suas cabeças, há uma necessidade urgente de que aqueles que têm a palavra e a possibilidade de se dirigir a uma infinidade de pessoas o façam assumindo sua responsabilidade de mensageiros da verdade, dando assim direção a quem se sente atordoado em meio a tanta confusão.

Esses pregadores, de fato, são os únicos que têm a possibilidade de falar para uma plateia diversificada e que representa o povo de verdade. Diferente de pessoas como eu, que escrevem para pares ou indivíduos interessados nos assuntos sobre os quais trato, eles têm a possibilidade de levar à multidão temas em relação aos quais ela talvez jamais tenha parado para refletir e se não fosse o que escutaram nas missas e nos cultos, teriam recebido apenas a informação formatada dos meios de comunicação que, todos nós sabemos, têm como última virtude a credibilidade. Só esses ministros alcançam as pessoas comuns e, assim, podem orientá-las com muito mais eficiência.

Até porque, diante desses fiéis, esses homens possuem a autoridade sacerdotal de verdadeiros representantes de Deus, possuindo assim o poder de ensinar qual é a vontade divina. Assim, suas palavras, muitas vezes, ultrapassam a mera orientação, sendo recebidas por muitos como verdadeira direção espiritual. Portanto, negar-se a apresentar para as pessoas, ávidas por receber deles uma luz, respostas para os problemas da vida cotidiana moderna, é negar a própria missão que possuem nesta terra. Ainda mais sabendo que se não fizerem, os profetas deste mundo, vaticinadores do laicismo absoluto, o farão com a autoridade de quem tem a resposta para todas as coisas e ameaçando aqueles que não aceitarem seus comandos com a excomunhão da vida social.

Por isso, os padres e pastores não podem se calar, nem devem recuar diante das pressões que se apresentam. A última esperança que temos de manter alguma sanidade nesta sociedade são esses homens permanecendo agindo como profetas de Deus, mostrando a este mundo que, em meio à tanta confusão e desorientação, eles sabem onde se encontra a luz.

 


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