“É muito fácil observar que esses ditos cristãos, que falam de paz, que condenam Israel, que se silenciam ante à realidade da Igreja Perseguida, quase todos são propagadores de teologias liberais e políticas progressistas. Quanto mais politizados, mais se identificam claramente com as ideias das esquerdas”
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Independente das convicções políticas e até ideologias que muitos cristãos professam ter, me parece bastante leviana a pressa com que muitos se levantam para condenar os atos israelenses nos atuais conflitos contra o Hamas. Considerando que este é, notoriamente, um grupo terrorista, no mínimo, deveriam ponderar melhor seu julgamento.
O mais estranho, porém, é que normalmente, esses mesmos que, veloz e furiosamente, se levantam para condenar as ações de um país democrático contra um grupo de terroristas fortemente armados, que não cessam de lançar bombas sobre ele, mantêm-se silenciosos e inertes quanto à cruel perseguição que seus irmãos de fé estão experimentando em outros países islâmicos, como a Síria, o Iraque e a Nigéria.
É muito fácil observar que esses ditos cristãos, que falam de paz, que condenam Israel, que se silenciam ante à realidade da Igreja Perseguida, quase todos são propagadores de teologias liberais e políticas progressistas. Quanto mais politizados, mais se identificam claramente com as ideias das esquerdas.
Isso mostra que essa história de crente apolítico não existe. A partir do momento que alguém tem alguma opinião sobre qualquer questão que ultrapassa os estreitos limites da fé religiosa, já adentrou no campo da política e, de pronto, suas convicções nesta área ficarão evidentes.
O que me assusta é a total dissociação que empreendem entre cristianismo e convicções políticas, como se as duas matérias pudessem caminhar paralelas sem jamais se tocar. Falam sobre as questões do mundo sem parar para pensar, um minutinho que seja, nas relações que elas têm com as questões espirituais e na incoerência de muitas escolhas mundanas em relação à própria fé religiosa.
Assim, não vêem problema algum em condenar um país livre como Israel, que age duramente, sim, mas com o intuito de proteger seus cidadãos, e tratar os grupos islâmicos, declaradamente inimigos da cristandade, como se fossem ingênuos e inofensivos. Com isso, ainda que não pensem no assunto, acabam, de alguma maneira, legitimando outros grupos similares ao Hamas, que atacam não uma potência bélica, como Israel, mas grupos inocentes de cristãos simplórios, que têm como única estratégia de defesa suas orações a Deus.
Se é chocante ver imagens de crianças palestinas mortas (ainda que se discuta a veracidade de muitas das imagens apresentadas), levando o mundo e muitos cristãos a se manifestarem contra o suposto terror israelense, nestes tempos de mídias sociais não tem sido difícil encontrar vídeos de decapitações, crucificações, enterramentos (em vida, muitas vezes) e execuções sumárias de cristãos, sem que estas mesmas cenas causem o alvoroço que as imagens suspeitas do Hamas causam.
A única conclusão possível, diante disso, é que por mais que neguem, esses ditos cristãos estão comprometidos demais com suas ideologias progressistas para assumirem o ataque contra aqueles que elas costumam defender. Pois sabemos que os islâmicos e os comunistas são objeto da defesa descarada de esquerdistas do mundo inteiro, principalmente destes cantos subdesenvolvidos.
De fato, um esquerdista é um esquerdista antes de tudo. Antes mesmo de seu pretenso cristianismo. E quando as duas ideias entram em conflito, não é raro que o que prevaleça sejam suas convicções ideológicas, não as religiosas.
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