A linguagem é poderosa, mas o poder que ela oferece aos homens está menos na capacidade de expandirem suas perspectivas em relação ao mundo do que na possibilidade de inventariá-lo.
A maior força da linguagem reside no fato de ser um instrumento de descrição, tornando possível a discriminação das coisas. Com isso, permite a cada indivíduo organizar seu próprio mundo interior, integrar a realidade externa a esse mundo e tornar inteligível, para os outros, a realidade como percebida individualmente. Nisto está a base da vida comunitária e o fundamento de qualquer sociedade.
No entanto, a linguagem tem um aspecto limitador. Isso porque existe a realidade, que é ampla, complexa e cheia de nuances e existe a linguagem, que se refere a ela, mas que não pode descrevê-la totalmente. Há muitos aspectos da existência, como sentimentos, experiências, percepções e sutilezas que a linguagem não alcança, sendo, neste ponto, uma forma de restrição. Qualquer pessoa que já teve alguma convicção e não conseguiu traduzi-la em palavras sabe do que eu estou falando.
A linguagem é, provavelmente, a maior arma do ser humano. Porém, jamais se deve perder de vista que ela só existe porque há uma realidade para a qual aponta e da qual depende.
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