Estava eu em um evento em um hotel, hoje à tarde, e do auditório ao lado vinha um som ensurdecedor, com uma música altíssima e o preletor usando de todas as artimanhas possíveis para levar seu público a algum tipo de êxtase.
Curioso, fui ver quem era o palestrante, pois estava reconhecendo sua voz.
Foi uma surpresa ao ver que tratava-se de um rapaz, recém formado como coach, que, desesperado, havia me procurado para ensinar-lhe a falar em público e a estruturar uma argumentação.
Fizemos apenas uma aula e eu pude constatar que lhe faltava absolutamente conteúdo. Ele não sabia nada de nada. Era bem fraquinho mesmo.
De qualquer forma, ele nunca mais voltou e, para surpresa minha, começou a dar palestras mesmo assim.
Obviamente, ele não usou o pouco de ensinamento que lhe passei e resolveu fazer do jeito dele: gritando, pulando, uivando e soprando – Sim! Teve uma hora que ele soprava para espantar alguma coisa das pessoas. Não! Não era um encontro pentecostal.
Apenas fiquei pensando em como as pessoas deixam-se arrastar por esse tipo de enganador. Elas colocam seu dinheiro em qualquer zé-ruela que diz que irá ajudá-las. É uma carência emocional, intelectual e até afetiva monstruosa.
Infelizmente, esse tipo representa boa parte desses que oferecem esses cursos de desenvolvimento pessoal.
Se bem que vai nesses encontros apenas quem quer, não é?
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