O que mais me assusta nas novas gerações não é sua arrogância em acreditar que podem salvar o mundo, nem sua certeza de que são as portadoras da verdade, mas sua insolência em achar que podem ensinar aos mais velhos o que é certo e errado.
Quando eu era jovem, também fui um tanto rebelde. Acreditava que minha geração podia mudar tudo. Cria que os mais velhos eram opressores e deveriam ser combatidos. No entanto, algo nunca passou por minha cabeça: achar que poderia ensinar algo para aqueles que tinham mais experiência que eu. Na minha mente envenenada, a geração anterior havia se corrompido e meu dever era combatê-la. Porém, era um combate contra um inimigo que eu respeitava, que eu tinha a certeza que era mais forte e mais capaz do que eu.
Hoje, os jovens perderam completamente esse respeito. O que eles estão aprendendo é que as pessoas mais velhas são obtusas, crias de um tempo de trevas, quando nada se compreendia da realidade, quando todos eram racistas, preconceituosos, usuários de uma linguagem distorcida e incapazes de compreender as necessidades da sociedade. Mas, pior que isso, são ensinados que eles são os responsáveis por educar gente de mais experiência sobre o que é correto. Numa completa inversão da natureza, creem que, mesmo sendo crianças, têm o dever de abrir os olhos daqueles que já viveram bem mais do que elas.
Hoje, qualquer adolescente aprende que é capaz de orientar seus pais sobre como cuidar do planeta, o que fazer com o dinheiro, como se dirigir as pessoas, que palavras usar. A juventude está sendo induzida a acreditar que é a responsável por trazer os mais antigos à luz, tirando-os da escuridão da ignorância que sua época lhes legou. Então, testemunhamos menininhos e menininhas dando lições para o mundo. São milhões de Gretas Thunbergs vociferando seu ódio e sua pretensa sapiência. Tudo sob aplausos de quem não percebe o perigo dessa inversão.
Na verdade, sob os falsos aplausos daqueles que sabem muito bem o que estão fazendo, ao usar esses pequenos para que sejam os portadores daquelas velhas ideologias, ainda que camufladas por um novo ornamento. São os mesmos velhos usando as crianças como armas para alcançar os seus mesmos decrépitos objetivos.
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