Virou moda no grupo semi-intelectual da internet brasileira considerar os alunos e admiradores do professor Olavo de Carvalho como que uma segunda classe de intelectuais. Isso porque começam a considerar o próprio professor um intelectual de segunda classe. Criticando-o no nível da aparência de seu discurso, têm-no por grosseiro, retrógrado e, como se isso fosse um xingamento, apenas por um religioso conservador.
O fato é que nessa arrogância juvenil – porque não se trata de nada mais que isso – esses meninos estão perdendo a oportunidade de acompanhar, em tempo real, um pensador de primeiríssima linha – algo que não houve igual, por causa das diferenças tecnológicas, na história do mundo. Existiram filósofos gigantescos na história, e o próprio Olavo refere-se a eles constantemente, mas nenhum deles pôde ser acompanhado no desenvolvimento de suas ideias, como se seus alunos morassem na casa desses pensadores. Nós, porém, temos isso, mas nem todos se dão conta.
Sempre que eu leio algo escrito pelo professor Olavo de Carvalho, vejo que, nele, tudo o que é expresso tem peso de realidade, de verdade, de concretude. Ao mesmo tempo que suas investigações mergulham em profundezas inacessíveis a boa parte dos que o lêem, elas nunca são tomadas por abstracionices, por palavras vazias. Seus pensamentos possuem a força da realidade e mostram-se comprometidos com a experiência verdadeira da vida.
Isso tudo fica mais evidente quando leio aqueles que tentam comentar o que o Olavo escreve. Façam esse teste! É incrível a disparidade no peso das ideias. Enquanto o que o professor diz parece remexer com a matéria viva, com o âmago dos problemas, geralmente seus comentadores apenas lançam slogans e lugares-comuns, que assemelham-se à névoa.
A verdade é que esse comprometimento com a experiência real, sem abrir mão de sua substância, aliado a sua vasta cultura, é que faz do professor Olavo de Carvalho um fenômeno vivo.
No entanto, os quase letrados virtuais insistem em apenas criticá-lo na base do concordo/discordo, gostei/não gostei, certo/errado. Com isso, perdem o mais importante nessa experiência, que é a possibilidade da observação imediata de uma mente privilegiada que está sempre expondo ideias que são fruto de suas diversas leituras e de sua capacidade acima da média de sintetizá-las.
De minha parte, reconhecendo que, por seu talento, experiência, dedicação e capacidade filosófica comprovada, o professor Olavo, quando escreve, está expondo algo que contém uma imensidão de outros conhecimentos subjacentes, antes de tentar fazer qualquer crítica, me pergunto: quais são os dados que ele rastreou para chegar a essa conclusão e quais meios intelectuais usou para tanto? Isso porque eu sei que nisto está o seu legado, nisto está o seu mais sério ensinamento e eu tenho certeza que é essa a lição que ele quer passar para seus alunos.
No entanto, uma parte dos leitores jamais vai entender isso, porque lhes falta humildade para reconhecer a distância que existe entre eles e um filósofo de verdade.
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