O livro Fascismo de Esquerda, de Jonah Goldberg, é, sem dúvida alguma, um dos mais importante trabalhos sobre política dos últimos tempos. O autor, em uma demonstração de profundo conhecimento da história americana do século XX, traz, diante dos nossos olhos, a verdadeira face do progressismo nos Estados Unidos, sem as máscaras e fantasias que ele costuma se apresentar para o público.
É notório que, no imaginário da maioria das pessoas, o fascismo é visto como um fenômeno de direita. Tanto ele como o nazismo são tidos como representantes de uma manifestação reacionária, que tem na esquerda sua antagonista. Goldberg, porém, desmonta esse mito com maestria, demonstrando, com um material farto em referências históricas, como o fascismo é um movimento que não apenas possui similaridades com os projetos de esquerda, mas foi promovido por verdadeiros personagens esquerdistas.
Não há como negar que Franklin Roosevelt tem muito mais a ver com Mussolini do que Reagan jamais poderia sonhar, nem que os projetos dos progressistas eram muito parecidos, em seus princípios e objetivos, com os dos fascistas das primeiras décadas do século passado. E, partindo desse ponto, o autor faz um trabalho de iconoclastia, colocando no chão os ídolos esquerdistas americanos, demonstrando como suas ideias estavam, e continuam a estar, lado a lado com muitas das ideias de Hitler e Mussolini.
Se alguém não acredita nisso, leia o livro e comprove. Não é possível sair dele ainda crendo que a esquerda é um movimento cheio de boas intenções e que são os conservadores o verdadeiro perigo.
Fascismo de esquerda é daqueles livros que muda a cabeça das pessoas. A minha não mudou tanto, pois a admiração que eu tinha pelos esquerdistas morrera há muitos anos. Porém, se esse livro cair nas mãos de alguém que ainda tem alguma ilusão quanto à pureza dos projetos socialistas, certamente ele causará um forte impacto em suas ideias.
Totalitarismo, ataque à liberdade, estatismo, coletivismo e tantos outros meios de impor sobre o cidadão o peso de um Estado autoritário sempre foram obras de políticos de esquerda. Foram eles que sempre diminuíram o indivíduo à mera partícula da sociedade. Assim, se o fascismo puder ser caracterizado pelo governo autoritário e pela diminuição da liberdade individual em favor de uma sociedade orgânica, comunitária e planificada, Jonah Goldberg conclui, com toda razão, que essas características sempre fizeram parte dos sonhos progressistas na América. Portanto, se há um fascismo, ele só pode vir da esquerda americana.
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