Esterilidade do ensino desapegado da experiência

Acreditas que é possível ensinar cristianismo sem o aporte da experiência?

Continua preocupando-te apenas com a correlação dos textos, com o correto apontamento dos versículos bíblicos, com a certeza de que tua fala está alicerçada nos compêndios de teologia e com a fidelidade de teu ensino à doutrina de tua denominação e permanecerás gozando da total irrelevância.

Ninguém mais aguenta a mesma ladainha. São os mesmos temas, os mesmos enfoques, a mesma forma de analisar as coisas. Se bem, que sequer analisas algo. Tua única preocupação tem sido repetir o que os outros já disseram.

Por que, então, te assutas com o desinteresse dos que te cercam? Reclamas que as pessoas não te ouvem, que preferem todas as outras atividades, mas não querem ouvir o que tens para dizer, porém já paraste para refletir se o que tu dizes é realmente importante?

Não basta saber onde se encontram os versículos, nem qual o nome teológico correto que se dá a cada teoria, mas como compreender todas essas coisas dentro da vida factual. Ou acreditas que é possível ensinar cristianismo sem o aporte da experiência?

A lucidez é fruto da percepção da realidade. A erudição é a lucidez ampliada. Portanto, um homem de estudos não sabe teorias, mas percebe a realidade de uma maneira mais profunda.

No entanto, quando falas das coisas divinas, tuas referências são demasiado abstratas e tua abordagem é deveras impessoal. Os que te ouvem até entendem o que dizes, porém, não conseguem exergar o que falas dentro de suas próprias vidas.

Todo estudo feito dessa forma é estéril. Apenas fundamentado na realidade é possível subir e conduzir aos mais altos graus do conhecimento.


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