Empreendedor: o verdadeiro herói

O que seria do país se não fossem esses loucos, que por causa de sua loucura mantêm o país andando e, de alguma maneira, crescendo?

Apesar do meu último texto, O Louco Empreendedor, no qual tratei quase como insanidade a decisão de abrir uma empresa no Brasil, eu realmente admiro pessoas que corajosamente se lançam no mundo dos negócios por sua própria conta e risco. Talvez seja por isso que fico tão sensibilizado com a situação do empresariado brasileiro. É uma sensação de injustiça perpetuada por um Estado que, se dizendo social, é apenas arrecadador.

E apesar da loucura aparente, o homem de negócios brasileiro é um herói. Não tem nada que o favoreça: o governo lhe arranca o couro, o banco é seu agiota oficial, seus funcionários têm mais direitos que seus filhos, a justiça o tem por culpado até que prove o contrário e nas escolas ensinam que ele é um explorador inescrupuloso.

Ainda assim, conheço várias pessoas corajosas que se aventuraram na vida dos negócios. A maioria, sem dúvida, se deu mal, mas, mesmo assim, não os considero derrotados. Pelo contrário, são heróis de verdade, que, apesar de toda a oposição, insistiram no sonho de ser seu próprio patrão, naquilo que se chama de livre iniciativa.

São heróis, porque são esses que fazem a economia de um país funcionar. São eles que pagam salários, que geram empregos, que, inclusive e infelizmente, são os mais taxados pelo Estado e, em consequência, são os maiores contribuintes dele. São heróis porque assumem o risco, apostando seu patrimônio e renda em algo que tem chances pequenas de realmente dar certo.

Mas o que seria do país se não fossem esses loucos, que por causa de sua loucura mantêm o país andando e, de alguma maneira, crescendo?

Apesar disso, nossa cultura foi inundada pela ideia marxista sobre o capitalista explorador. Repetem um chavão do século XIX, que diante de circunstâncias completamente diferentes já não era de todo verdadeiro, e o proclamam como se fosse uma verdade absoluta ainda nos dias de hoje. Desde cedo, nas escolas, aprendemos que o trabalhador é um explorado, um pobre coitado que ganha muito pouco e trabalha muito para saciar a sede insaciável de seu patrão capitalista.

Mas bem sei que a realidade não chega sequer perto disso. Em sua grande maioria, os empresários brasileiros são homens simples, que trabalham tanto ou mais que seus próprios funcionários, que dedicam boa parte de seu tempo para que suas empresas se desenvolvam e, no fim das contas, são os únicos que sofrem quando alguma coisa vai mal. Também sei que muitos deles gostariam de pagar melhor seus funcionários, mas ficam impedidos por causa dos encargos absurdos que são impostas à folha de pagamento. Também sei que praticamente todos gostariam de crescer, de investir mais, mas se veem impedidos pelos juros exorbitantes cobrados pelas instituições financeiras.

Apesar de tudo, ainda acredito na livre iniciativa. Creio que é esta a maneira mais honrada de ganhar dinheiro. E entendo que os homens de negócios, aqueles que arriscam tudo pelo sonho do empreendimento próprio, são os verdadeiros heróis que deveriam ser honrados. Claro, isso se vivêssemos em um país de verdade.

 


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