Dúvida metódica

Pense comigo: se, sobre um mesmo assunto, há diversas opiniões divergentes e, no máximo, só deve-se considerar uma delas como verdadeira, a atitude mais prudente, obviamente, deve ser considerá-las, em princípio, todas equivocadas.

É simples probabilidade: a chance de eu estar errado abraçando, sem análise, qualquer uma delas é tão maior quanto o número delas existentes.

Descartes percebeu isso e esse é o fundamento de sua dúvida metódica.

Mas todo homem precisa de algo sobre o qual apoiar seus pensamentos; algum princípio que os sustente. Até porque, como disse Chesterton, “o homem que começa a pensar sem os primeiros princípios fica louco”.

Certamente, Descartes sabia disso, mas desconfiado que estava em relação a todos e tudo o que havia aprendido deles, achou que poderia encontrar esse princípio em si mesmo.

Nisso, ele errou.


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