Crianças independentes e desprotegidas

Os esquerdistas não querem que os pais tenham autoridade sobre os filhos, principalmente em questões de moral e religião. E não apenas os mais radicais, mas té mesmo a insuspeita, para os incautos, Hillary Clinton, advoga, em seu livro It Takes a Village, a superioridade da influência do Estado (sob a alcunha de sociedade), no cuidado e formação dos jovens. Quer dizer, o pai e a mãe se matam para suprir todas as necessidades materiais e psicológicas do infante e na hora de lhes oferecer o mais importante, são tidos por más influências.

Por aqui, a pedagogia do oprimido paulofreireana vê na criança alguém com conhecimentos e capacidades inatas que praticamente dispensam a atuação do professor como alguém que lhes ensina algo. Ela só não dispensa o pedagogo porque daria muito na cara, mas, de fato, segundo seus critérios ele não tem muita função, senão o de, aí sim, preparar o cidadão – vulgo: militante.

Tudo, segundo essa visão liberal, leva a crer que os meninos e meninas são, nada menos, que pequenos adultos, suficientemente capazes de escolher, decidir, determinar e direcionar suas próprias vidas. Inclusive, as estimulam a dizer o que preferem, antes mesmo de entenderem o que querem.

O interessante é que, contrariamente a tudo isso, o mesmo Estado progressista toma a frente da defesa daqueles que ele mesmo trata como independentes e proíbe propagandas comerciais que são dirigidas às crianças. E qual o argumento para isso? Que elas ficam, dessa maneira, expostas à manipulação, exatamente por não terem idade suficiente para saber o que é benéfico ou maléfico para elas.

Olhando assim, parece até que os entes estatais sofrem de algum tipo de esquizofrenia burocrática, ora agindo de uma maneira, ora de outra completamente diferente. Porém, para quem conhece a natureza e as razões que motivam seus membros sabe bem que se há algo que eles não são é um grupo que não sabe o que quer.

Na verdade, se juntarmos todas essas atitudes flagrantemente antagônicas vamos encontrar um padrão muito claro, que apenas quem estuda um pouquinho a história das ideologias consegue perceber: não é que os esquerdistas queiram que as crianças se tornem livres, mas que percam seus protetores naturais. Quando eles fomentam toda essa independência, rebeldia e arrogância nos jovens, estão apenas insuflando um estado de ânimo que visa afastá-los de quem cuida deles por amor para colocá-los sob a tutela de quem usa-os para torná-los militantes para suas causas.

Por isso, defender as crianças contra esses ataques é, nada menos, que a obrigação de todo pai, mãe e adultos que entendem o perigo que é deixá-las soltas por aí, com a cabeça livre para ser tomada por malucos sem escrúpulos. Defender a autoridade dos pais, antes de tudo, não é impor um direito, mas preservar o que a ordem natural lhes legou: que é a responsabilidade de proteger seus filhos contra todo mal.


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