O marxismo não é apenas uma proposta de sociedade, menos ainda uma mera sugestão econômica. O marxismo é uma visão de mundo, uma forma completa de ver a existência. Da composição da matéria à maneira como a história se desenvolve, o marxismo oferece uma explicação total e própria sobre o universo.
No entanto, a maioria das pessoas que se propõem a criticar e até combater o marxismo concentram-se nos aspectos exteriores dessa ideologia e acabam não atacando sua verdadeira força, que vem da formatação mental que ela estabelece.
Assim, quem luta contra o marxismo apenas nos campos econômico e social termina – ainda que algumas vezes consiga atrapalhar a marcha marxista – sendo engolido por ela, quando não, inconscientemente, até contaminado pelos princípios de sua ideologia.
Diante disso, torna-se necessário entender que existe toda uma visão de mundo que sustenta o pensamento marxista. Há fundamentos que fazem do marxismo muito mais do que uma mera escola social ou de economia. O que o marxismo oferece é uma verdadeira cosmovisão.
Sendo uma cosmovisão, o marxismo formata a mentalidade de todo aquele que é submetido aos seus ensinamentos. Quem é doutrinado por seus princípios já não enxerga o mundo da maneira natural, mas começa a vê-lo de uma forma bastante específica e diferente de tudo.
Considerando que o marxismo é o maior empreendimento cultural da humanidade, acabamos por ter uma geração inteira contaminada por sua cosmovisão artificializada, o que se reflete em todas as áreas da experiência humana – da intimidade, passando pela religião, encontrando até mesmo a ciência.
Assim, independentemente dos entendimentos específicos que um socialista possua – dos mais extremistas aos mais moderados – há uma visão de mundo subjacente, e que é a mesma para todos eles, que lhes fornece as bases para sua forma de pensar e percepções.
Por isso, quem quiser combater o marxismo precisa entender esse seu caráter fundamental. Só assim, torna-se possível compreender a forma de pensar de quase toda uma geração de intelectuais, políticos e cientistas, além de entender o que está formatando a mentalidade do resto das pessoas.
Estudar a filosofia marxista deveria ser o primeiro passo, portanto, não apenas daqueles que se propõem a combater o comunismo, mas mesmo daqueles que pretendem entender a cabeça das pessoas do nosso tempo. Afinal, ninguém vive nestes dias sem espelhar, de algum modo, as formas de pensar do marxismo.
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