Todo mundo trata a Ciência como se ela fosse inerrante e suas conclusões indiscutíveis. Seguem-na servilmente, mesmo quando suas determinações são absurdas, como as experiências do Dr. Stanley Milgram mostraram. Tudo o que vem ornamentado com a vestimenta científica torna-se autoridade imediatamente. E as pessoas, mesmo sem ter o mínimo conhecimento sobre o assunto, passam a defender o que a Ciência diz, como se dela pertencesse a última palavra sobre todas as matérias.
O mundo tornou-se servo da Ciência, tratando-a como uma deusa. E todos estão prontos para sacrificar suas próprias inteligências e bom senso em favor das determinações saídas dos gélidos laboratórios dos cientistas. A Ciência tornou-se uma religião e aqueles que levantam quaisquer dúvidas em relação a ela são chamados de hereges. Seguidores do Osho seriam mais tolerantes a um crítico de seu guru do que os defensores da Ciência em relação aqueles que ousam contestá-la.
No entanto, apesar de seu aspecto religioso, a Ciência está longe de ser unívoca. De fato, ela caracteriza-se bem mais pela auto-contestação e auto-negação do que por qualquer doutrina que lhe proporcione unidade. Portanto, seguir cegamente a Ciência é uma tremenda estupidez. Ela não passa de um compilado de experiências que se negam umas as outras, parecendo mais uma Babel do que um conjunto unitário que possa servir de guia indiscutível.
Além do que, há a questão moral. Longe de ser um exemplo, a comunidade científica já se mostrou, muitas vezes, como uma verdadeira praga para o mundo. Em diversos momentos da história, foi ela quem forneceu os fundamentos para as maiores atrocidades que este planeta já conheceu. A políticas nazistas diziam seguir evidências científicas; o próprio marxismo sempre se disse científico; a bomba atômica foi uma conquista científica; eugenistas e abortistas orgulham-se até hoje de ser científicos.
Isso não significa que a Ciência é um mal em si mesma. Ela é apenas um meio, um instrumento. E, por isso mesmo, está sujeita a todas as limitações, dificuldades, interesses e falibilidades de quem a manuseia. A Ciência pode ser (como tem sido) algo extremamente útil para a sociedade. Mas isso não esconde o fato de que ela também pode ser uma calamidade. Tudo depende das mentes que trabalham nela.
Seguir cegamente a Ciência é tão inocente quanto seguir cegamente qualquer ser humano. Afinal, cada ciência é aquilo que o ser humano que a manipula deseja que ela seja. Por isso, ao nos depararmos com determinações científicas, não devemos fechar nossos olhos para as pessoas que se encontram por detrás delas. Dependendo de quem sejam, ainda que não saibamos nada sobre a Ciência em si, podemos entender bem para quais fins ela está sendo usada.
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