Conflitos, dentro de um casamento, podem ter muitos motivos. Um deles é o fato dos cônjuges não serem capazes de estimular o outro no desenvolvimento dos seus potenciais.
São comuns casamentos onde cada um dos companheiros, olhados como indivíduos, tem qualidades admiráveis, mas que juntos não conseguem viver em harmonia, no sentido de cada um fazer do outro melhor.
Pelo contrário, casais formados por pessoas agradáveis, trabalhadoras, virtuosas, muitas vezes, vivem um relacionamento cheio de conflitos e frustrações. Geralmente, porque as características de um, por melhor que sejam, não servem de alicerce e de estímulo para o outro; naquela relação específica não funcionam. Um cônjuge acaba sugando as possibilidades do outro, por não ser o tipo de complemento que o outro precisa.
Por outro lado, características que podem ser consideradas inusuais e até excêntricas podem suprir os anseios do companheiro, exatamente porque se harmonizam com as características dele, potencializam-no. Neste caso, as inclinações de um estimulam o outro, ajudam o outro e se realizar existencialmente.
Não se trata de afinidade, de gostar das mesmas coisas, mas de ter um perfil que faça o outro sentir-se seguro, apoiado e motivado.
Fala-se muito de sacrifício no sentido de negar suas próprias inclinações para suprir os anseios daquele com quem se vive. Porém, há um grande risco nisso, pois dificilmente a pessoa conseguirá fazer isso bem, por não ser da sua natureza. Ao anular-se, em vez de potencializá-lo, frustrará ambos.
Infelizmente, nossos critérios para a seleção amorosa são, em geral, subjetivos e instintivos. Se pudéssemos, nesse caso, agir com alguma racionalidade, um desses critérios deveria ser considerar se nossas inclinações ajudarão a realizar as inclinações de quem escolhemos para viver do nosso lado e vice-versa.
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