Li que o governador de São Paulo confiscou máscaras de uma empresa e que a prefeitura de Cotia fez algo semelhante.Também li que o governo federal está trabalhando na produção de máscaras e de respiradores.
Junte essas informações e lembre-se quando eu falei de esforços de guerra, que essa era a nossa única opção.
Pode ser que eu esteja completamente enganado, pois realmente não tenho acessos aos dados que permitam saber a verdadeira possibilidade disso, mas me parece que nossas escolhas, até aqui, têm sido as piores possíveis.
Quando eu falo em esforços de guerra, me refiro ao que os Estados Unidos fizeram na II Guerra Mundial. Cientes da necessidade de fornecer suprimentos e armamentos para seus soldados que batalhavam na Europa e na Ásia, o país priorizou a indústria bélica. Inclusive, outros setores industriais acabaram até sofrendo com isso, pois os investimentos iam quase que totalmente para os esforços de guerra.
O importante, porém – e este é o ponto que quero ressaltar – a sociedade não parou. Modificou-se, adaptou-se, mas seguiu em frente.
No nosso caso atual, o que todos dizem é que a grande causa de morte é a dificuldade de atender o grande número de doentes, e não a doença em si.
Pois bem, diante disso, eu fico aqui pensando: por que, em vez de nos escondermos como ratos em nossas casas, não trabalhamos com mais força para superar nossas dificuldades? Por que, em vez de confiscar máscaras de uma empresa, não ajudamos ela a fabricar mais? Por que, em vez de condenarmos os hotéis à bancarrota, não ajudamos eles a transformarem-se em abrigos para os profissionais que precisam? Por que em vez de fazermos grandes indústrias e construtoras ficarem inativas, não combinamos com elas para que forneçam parte de seus funcionários como trabalhadores na construção de hospitais de campanha e de fabricação de suprimentos para o tratamento dos doentes graves.
Eu não sei o quanto tudo isso que eu citei acima é aplicável, mas, no mínimo, é o tipo de atitude que eu esperava que fosse, pelo menos, cogitada por nossos governantes e pela própria sociedade, em vez da aceitação bovina de prender-se em nossos currais particulares.
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