Não me interessa nem um pouco os pecados alheios. Sinceramente, nem os meus. Pelo menos, não os pecados pontuais. Aqueles nos quais, invariavelmente, nos vemos enredados. Aqueles pecados cotidianos que caímos, nos arrependemos, mas acabamos caindo de novo, simplesmente porque fazem parte das tentações cotidianas e aparentemente inofensivas que nos cercam.
Quer dizer, então, que os pecados são irrelevantes?
Obviamente que não! Mas o maior problema não é a queda ocasional neles, mas sua defesa obstinada, o orgulho que alguns têm em praticá-los.
Eu posso ter infinita paciência com quem mente de vez em quando, mas nenhuma com quem se vangloria de levar vantagem com a mentira. Posso entender alguém que cede relutantemente ao vício, mas não aceito quem o promove como uma virtude. Consigo até ter infinita compreensão com os que cometem pecados sexuais, mas não me peçam para aceitar as ideias de seus apologistas.
E digo isso porque já cansei de ver gente gastando bastante energia criticando quem comete os mais diversos pecados, acusando-os sem piedade, até perseguindo-os moralmente, mas calando-se seriamente diante dos promotores desses mesmos pecados. São violentos contra os cometedores ocasionais de pecados, mas extremamente covardes em relação aos seus grandes propugnadores.
É fácil apontar o erro do drogado, sem dizer nada sobre os defensores teóricos da droga; criticar a menina que engravida cedo, sem mostrar quem são aqueles que passam o dia promovendo a sexualização infantil; achar ruim o menino se dizer homossexual, mas fingir que não existe um movimento em prol da homossexualização dos rapazes; falar mal da garota que pensa em abortar, mas dizer que a ideia de que há um grande morticínio patrocinado por abortistas é teoria da conspiração.
Para deixar mais clara a minha ideia, vou propor-lhes uma alternativa à tão repetida frase “odeie o pecado, mas ame o pecador”: seria “seja mais misericordioso em relação à prática dos pecados, mas implacável contra a defesa deles”.
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