É fácil, para quem se diz ateu, negar um projetista para o universo. Difícil é ele viver em um mundo que, a despeito de possuir uma complexidade incrível e uma diversidade inabarcável, segue em estabilidade e harmonia perfeita e, ainda assim, negar que ele tenha sido criado por uma inteligência superior. Ser ateu é, portanto, um estado de negação contínua, uma contradição ininterrupta, pois os fatos, a todo instante, negam tudo aquilo que ele diz estar convicto.
Não é à toa que os ateus costumam falar de Deus constantemente. Seria mais saudável, já que negam sua existência, esquecer completamente dele. Mas isso lhes é impossível. A estrutura da realidade, a todo momento, grita em seus ouvidos a existência do ser superior que eles se esforçam por negar. E como fingir que não ouvem esse som nítido que vem do mundo pode ser muito prejudicial à sua saúde mental, então precisam falar, sempre, sobre Deus, ainda que seja para negá-lo.
A tagarelice ateia nada mais é, portanto, do que uma tentativa desesperada de calar verdade. Quanto mais expõem seus pensamentos, quanto mais repetem suas concepções toscas a respeito da existência, por mais que elas não façam nenhum sentido diante daquilo que experimentam, ao menos seu palavrório serve para tentar equilibrar a vantagem que a voz da realidade tem quando se calam.
Ser ateu é, portanto, um tipo muito sofisticado de esquizofrenia. É viver o tempo todo entre duas realidades, a da sua mente e a do mundo, e ficar em alerta constante, com o intuito de defender aquela das ameaças ininterruptas que vêm deste. Ser ateu é, afinal, uma tentativa desesperada de negar aquilo que não apenas seus olhos vêem, mas todo seu ser percebe. Ser ateu é escolher o nada.
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